quarta-feira, 27 de julho de 2011

O homem dos sonhos

Toda vez que eu vejo uma belina eu me lembro daquele vendedor de sonhos.

- "Marca um pra mim aí", eu dizia pra ele. E pegava um sonho. O João também, ia em busca de seus sonhos e sempre levava dois.

Era assim toda quinta-feira.

Todos esperavam, reclamavam quando ele não aparecia. "Fomos abandonados", diziam.

Até que um dia ele parou definitivamente de vir. Mas tudo bem, nós sabíamos que ele ainda estava por aqui.

Hoje eu vejo uma belina - e elas tem aparecido aos montes, é a lei da atração - e sei que ele não pode estar lá. Daquelas mãos eu jamais voltarei a pegar qualquer coisa.

E se isso já é triste, pior do que a minha tristeza é a dela.
Daquela que perdeu o homem dos seus sonhos.

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